Coyocán é um
bairro que fica ao sul da Cidade do México e que oferece atrações diferenciadas,
atraindo turistas do mundo todo. Neste bairro incrível, é possível ter
vivências gastronômicas devido à diversidade de restaurantes, pode-se também
contemplar os artesanatos mexicanos no Mercado de Coyocán, para
os amantes de animais, há o zoológico de Coyotes e para os contempladores de
artes, há uma dezena de museus.
Não é a
toa que Coyocán foi muito frequentado por artistas mexicanos
renomados como Raúl Anguiano, Jose Luis Cuevas, Frida Kahlo, Diego Rivera, etc.
Estes dois últimos nomes foram ícones da arte mexicana e deixaram legados em
Coyocán – os Museus Frida Kahlo e Anahuacalli.
Museu Frida Kahlo (Casa Azul)
Ao
percorrer o bairro depara-se com casarões antigos e dentre estas casas históricas,
encontra-se a Casa Azul, que atualmente é o Museu Frida Kahlo Este foi o local
onde a artista Frida Kahlo nasceu (1904) e morreu (1954). Embora Frida tenha vivido em
outras áreas da Cidade México e do mundo, ela sempre regressava para a sua casa em
Coyocán. A Casa Azul foi convertida em museu em 1958,
quatro anos após a morte de Frida.
No Museu
de Frida Kahlo é possível voltar no tempo, mais precisamente no período de 1924
a 1954, para rever os cômodos, ateliê, utensílios e móveis do casal Frida Kahlo
e Diego Rivera. Também é possível contemplar muitas vestimentas da Frida, as
quais acabaram sendo um marco para a moda mundial e admirar o lindo jardim
da Casa Azul.
Frida
Kahlo é a artista latino-americana mais reconhecida internacionalmente. Sua
historia é marcada pela fragilidade física, visto que quando criança contraiu poliomielite
e na juventude sofreu um grave acidente que a fez ficar acamada por um bom
tempo. Suas obras, basicamente 200 auto-retratos, se baseiam em sua biografia e
seu sofrimento.
A
originalidade e criatividade não só refletem nas obras plásticas de Frida
Kahlo. Como artista, além de pintar, desenhar e escrever, também transforma
tudo ao seu redor, incluindo a si mesma. Frida criou uma imagem própria e
construiu sua personalidade através de uma forma emblemática de se vestir. Em
2004 foi encontrado na Casa Azul, um guarda-roupa de Frida, com peças de origem
indígena e tradicionais, além de jóias, acessórios, medicamentos e aparatos
ortopédicos. Essas peças podem ser vistas no Museu Frida Kahlo.
Em 1928
Frida conhece Diego Rivera, um famoso muralista mexicano, a quem pede opinião
de suas obras e o mesmo ficou encantada, tanto com suas obras como por sua
pessoa. Casam-se em 1929 e vivem juntos na Casa Azul, onde mantêm um ateliê
dedicado as artes tanto de Frida quanto de Diego. Essa parte da casa, também pode
ser visitada no Museu Frida Kahlo.
Única,
rebelde, contraditória, enigmática, revolucionária, bissexual, boemia, com
olhos profundos de cor café são alguns atributos desta artista que influenciou
e continua influenciando as artes em todo o mundo.
De fato
sua frase “Pies para qué los quiero si
tengo alas para volar”, se concretizou e Frida alçou vôos altos, apesar de
sua debilidade física.
Para
entrar no museu há dois tipos de tarifas. A primeira opção de tíquete dá acesso
apenas a Casa Azul e o valor da entrada é de MXN 200.00, o equivalente a
R$33,30. Dica: Geralmente há filas para adquirir esta opção, portanto compre o
boleto online para otimizar o tempo. A segunda opção, dá acesso ao Museu Frida
Kahlo, ao Museu Diego Rivera (Anahuacalli) e está incluso o transporte para
Museu Diego Rivera e o retorno para a Casa Azul. O custo deste tíquete é de
MXN150.00, o equivalente a R$ 25,00. Dica: se tiver tempo, opte pela segunda
opção, pois alem de ser mais vantajoso, o Museu Anahuacalli é fascinante!
Museu de Diego Rivera (Anahuacalli)
Para
entender a grandeza deste museu, é necessário conhecer um pouco mais de seu
idealizador, o muralista mexicano Diego Rivera. O muralismo foi um movimento
que integrava três artes distintas: a escultura, a pintura e a arquitetura. No
México, Diego Rivera foi o grande ícone desta corrente que objetivava romper
com o academicismo da arte, democratizá-la e levá-la às diversas camadas
sociais e locais públicos. E Diego seguiu à risca os ideais do muralismo, tanto
que deixou um legado artístico para a comunidade: o Museu Anahuacalli, também
conhecido de Museu Diego Rivera.
O
desenho de Anahuacalli – palavra que
significa “casa rodeada por águas ou lagos” – foi projetado por Diego Rivera
desde a década de 40. Pensado para ser um museu e uma cidade de artes, Diego
utilizou pedra vulcânica deste mesmo local, as quais se originaram com a
explosão do Vulcão Xitle. A parte superior do edifício representa um pátio de
origem teotihucana e constitui um teatro ao ar livre, ainda que as edificações
ao redor foram pensadas por Diego para ser uma área para exposições de arte,
dança, música, pintura e escultura.
No
Museu Anahuacalli, o muralista rende homenagem à arquitetura pré-hispânica. Ele
buscou resgatar a estética das culturas do México antigo, sem considerar
critérios arqueológicos ou cronológicos, apenas focando nos critérios
estéticos. Desta forma, Diego Rivera construiu um local para armazenar sua
coleção de peças pré-hispânicas, agrupando-as de acordo com sua beleza. O
museu, com seu teor didático, oferece algumas referências que servem hoje como
guia arqueológico, mas a ênfase está em apreciar a harmonia visual das peças.
Segundo
o engenheiro Marte R. Gomez, “Diego estudou arduamente a arqueologia mexicana
e chegou a ser um grande colecionador de
peças pré hispânicas, dono do conjunto
mais rico que já se reuniu em mãos particulares. Um de seus sonhos mais
generosos foi o de reincorporar o passado pré hispânico e as raízes indígenas
ao nosso presente mestiço, do qual ele se considerava um exemplo vivo; o
passado espiritual de nossos antecessores, que não somente trata de estudar,
senão de absorver o máximo possível e de continuar.”
Uma
curiosidade: na década de 20, a situação econômica de Rivera se mostrava bem
difícil e ele lamentava profundamente a falta de dinheiro, pois em várias
ocasiões, peças valiosas foram parar em mãos estrangeiras para integrar
coleções particulares ou enriquecer outros museus.
Definitivamente,
ir ao Museu Anahuacalli é ficar admirado com a magia arquitetônica do local,
com as obras pré-hispânicas, com a paz do local e com a criatividade de Rivera
de construir um local para artes.
O custo
para a entrada no museu é de MXN200.00, o equivalente a R$ 33,30. Conforme dica
acima, há a opção para comprar os boletos para a Casa Azul e Museu Anahuacalli
e o valor do tíquete sai por MXN150.00, o equivalente a R$25,00.
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